domingo, março 02, 2008

Feliz Aniversário Bruno

Esta semana que se passou, foi o aniversário do meu filho Bruno. Sendo assim, fiz um pequeno video mostrando como ele foi acordado no dia de seu aniversário. Feliz Aniversário, meu bonitinho!



quinta-feira, fevereiro 28, 2008

A Queda e ascenção de um piloto

Como poucos aqui sabem, moro em São Leopoldo - RS, na grande Porto Alegre.
São Leopoldo é cortada por um rio, chamado Rio dos Sinos, que nasce na serra e corre até encontrar o rio Guaiba em Porto Alegre.
Aqui em São Leopoldo, até bem poucos anos atras tinhamos um aeroclube que, posteriormente se mudou para Eldorado do Sul, em função do crescimento da cidade.
(http://www.aeroeldorado.com.br/historia.htm)
Era um aeroclube tradicional, antiquissimo.
Esta história que aqui lhes contarei aconteceu por volta dos anos 40.

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Um jovem piloto brevetado no Aeroclube de São Leopoldo, admirador ardoroso da aviação, praticava quase que diariamente algumas horas de vôo em avião Paulistinha, mais conhecido como teco-teco. Sobrevoava a região tanto na serra como no mar. Gostava muito de dar rasantes sobre as águas do Rio dos Sinos, onde voava a aproximadamente dois metros de seu leito. Isso várias vezes ao dia. Quero dizer, nos dias em que voava.

Na época, era considerado um dos mais eximios pilotos que integravam os associados do Aeroclube de São Leopoldo, considerado um dos mais modernos do país.
Num determinado dia, ele levantou vôo e, como já era de prache, foi dando os seus rasantes sobre as águas tranquilas do rio, acompanhando todas as suas sinuosidades. O rio nascia na serra do mar e de lá vinha serpenteando até desaguar no estuário do Guaíba, em Porto Alegre.
Existe uma travessia na altura do Passo do Carioca que, por não existir ponte, é efetuada por uma balsa que chega a transportar seis automóveis de cada vez, se necessário for.
Ela é ligada de um lado ao outro por um cabo de aço numa altura de tres metros mais ou menos que, tracionado manualmentem faz com que ela se desloque de uma margem à outra.

O nosso piloto havia se esquecido de que no local antes descrito existia o tal cabo e naturalmente fazendo o seu rasante sobre as águas só sentiu o impacto das rodas no mesmo quando o avião deu um giro de duzentos e setenta graus sobre si mesmo e começou a submergir lentamente.
O barqueiro se deslocou até onde se encontrava o avião, chegando a tempo de evitar uma tragédia. O avião estava quase submerso. Com uma corda existente na balsa, chegou a tempo de amarra-la na cauda do avião impedindo que o mesmo submergisse.

Aberto um inquérito pelo Ministério da Aeronáutica, o jovem piloto ficou suspenso de voar por dez anos. Inconformado com a punição, voou para os Estados Unidos da América do Norte e, como o país na época encontrava-se em guerra com o Vietnam do Norte, alistou-se voluntáriamente na força aérea americana. Depois de exaustivamente treinado nos mais sofisticados aviões existentes na época, foi promovido a oficial e passou a integrar uma guarnição de B52, que permanecia voando constantemente vinte e quatro horas, sendo abastecido no ar por um avião tanque.

Terminada a missão, descansava quarenta e oito horas e voltava à mesma atividade.
E assim foi cumprindo a sua missão e granjeando a confiança de seus superiores e consequentemente galgando postos de maiores responsabilidades.
Com o correr do tempo foi promovido a comandante de uma esquadrilha de caças-bombardeiros, já no posto de major aviador, devido às inumeras condecorações que lhe foram conferidas pelos seus atos de bravura quando em combate, onde já tinha abatido diversos aviões Mig, de fabricação russa e que eram considerados de grande maneabilidade e combatividade, e constituiam parte da força aérea vietnamita.

Terminou a guerra do Vietnam onde, pela primeira vez na história os americanos não conseguiram vencer um inimigo e aceitaram um armiticio.

O nosso jovem piloto, já no posto de Coronel da Força Aérea Americana, recebeu como prêmio de sua capacidade a incumbência de comandar uma esquadrilha de aviões ultra modernos, que viriam ao Brasil participar das comemorações dos quatrocentos anos da fundação da cidade do Rio de Janeiro.


Chegando ao Brasil, foi recebido pelas maiores autoridades militares do país, com todas as honras a que tinha direito, sendo inclusive recebido pelo Brigadeiro Ministro da Aeronautica. Iniciadas as festividades, a esquadrilha americana sob o comando do Coronel Aviador, executou as mais arriscadas e perfeitas manobras efetuadas por oito aviões simultaneamente. Terminada a apresentação da esquadrilha, com os maiores elogios do toda a imprensa escrita, falada televisada do país, o comandante da esquadrilha no dia seguinte apresentou-se ao Ministro da Aeronautica, onde foi recebido com a maior atenção e, pediu informações sobre um piloto de nome Newton Bervig. Enquanto dava entrevistas para todos os orgãos de comunicação que lá se encontravam, recebeu as informações que solicitara.
"O piloto Newton Bervig, por impericia, havia causado um acidente sem vitimas, e teve seu brevet cassado por dez anos. Durante esse tempo não poderá pilotar aviões Teco-Teco".
O solicitante identificou-se: eu sou Newton Bervig, o piloto leopoldense que se acidentou em São Leopoldo, e tive o brevet cassado por dez anos. Foi uma correria lá dentro do ministério. O oficial que o havia atendido ficou perplexo. Imediatamente entrou em contato com o Ministro da Aeronautica que, solícito, determina o cancelamento da punição que lhe havia sido imposta e que ele já estava apto a voar um PAULISTINHA.

HERÓI DA FORÇA AÉREA AMERICANA, JÁ PODERIA PILOTAR UM TECO-TECO NO BRASIL.

Retirado do livro Cem Voltas ao Passado, de Victor Hugo Moog. 2003

O autor deste livro de crônicas nasceu no dia 22 de dezembro de 1927, na cidade de São Leopoldo, berço histórico da imigração alemã.
Foi sargento do exercito por cinco anos e meio. Posteriormente, concursado ingressou no serviço da Justiça, onde exerceu como serventuário os cargos de contador, distribuidor, partidor, avaliador judicial, acumulando juntamente com os mesmos, a chefia do Comissariado de Menores da Comarca de São Leopoldo, cargo exercido até a década de setenta.

Nesse periodo colocou mais de trezentas crianças abandonadas, em casas de familia. Nunca como empregadas, mas como filhos.
Aposentou-se em 12 ed Dezembro de 1985.
Formado e diplomado na faculdade da vida em psicologia, filosofia, humanidade, bondade e respeito aos seus semelhantes.
Dentro dessas atividades, foi testemunha ocular de muitas das histórias que são contadas no livro, bem como participou de diversas delas.
Os fatos aqui descritos ocorreram entre as décdas de trinta até a década de noventa e, dentro desse vácuo de tempos de que nada se falou e de que os mais jovens, agora, irão tomar conhecimento dos mais variados fatos ocorridos neste municipio, tanto cívicos, judiciais, hilários, sociais e trágicos, todos integrantes indiscutíveis da história de São Leopoldo.
Os fatos ocorridos após a década de noventa ainda não podem passar para a história por serem muito recentes e, consequentemente, conhecidos de todos.

quarta-feira, janeiro 23, 2008

A pressa moderna

Retirado do Blog do Paulo Sant'Ana, de Quarta-feira, 23 de janeiro de 2008
O homem primitivo, o das cavernas e o das tribos, com o advento agora das grandes cidades e até das megalópoles, era muito mais social e afetivo com seus circunstantes do que o homem moderno.

O homem moderno não tem tempo para os amigos. O homem primitivo tinha os amigos todos os dias dentro da sua caverna ou no centro da sua aldeia, além das horas quase sempre vagas do seu ócio naturista para bater papo com os amigos.

Hoje, os amigos se gostam de longe. Têm que tratar dos seus negócios, dos seus empregos ou dos seus desempregos. Estamos todos na grande cidade condenados à lei animal das selvas, à competição bárbara e antropofágica ou pelo lucro ou pela carreira profissional.
O homem primitivo andava de cipó, no máximo no lombo de um lhama ou de um cavalo, tudo absolutamente gratuito, caído do céu. O homem moderno tem a luta corporal do vale-transporte, do IPVA ou contra o azulzinho para se locomover.
E essa batalha diária do homem moderno pela sobrevivência afastou-o dos seus amigos e dos seus amores. Está bem, concedo, nem para a família o homem moderno tem mais tempo a dar.
É absolutamente irracional que eu não visite os meus amigos ou não seja visitado por eles. Sinto que os amo, sei que eles me querem, mas o que é bem bom e essencial, nada: o encontro.
O homem moderno criou a cidade para aproximar-se dos outros homens, acabou a sua invenção criando uma distância polar entre ele e as pessoas que ele mais preza.
O homem primitivo se encontrava com seus amigos todas as manhãs bem cedinho, quando os primeiros raios de sol invadiam a sua oca e ele dava de cara no chão batido ou em cima da árvore com todos os seus afetos.
O homem moderno sai cedo e apressado de casa, na maioria das vezes para se encontrar com seus rivais, competidores e inimigos, fingindo cordialidade. Os amigos ficam para depois, num tempo que nunca encontrará por serem demasiados e cruentos os combates pela vida, que lhe tomam todo o tempo.
Os primatas e os indígenas se viam toda hora, os humanos modernos só se vêem com hora marcada. Tem pai hoje em dia marcando hora para receber filho.
Na antigüidade, todos os homens se encontravam todos os dias e todas as horas espontaneamente, ao natural. Hoje em dia todos os homens se encontram com hora marcada, o que quer dizer que se encontram por obrigação.
Tem hora marcada para sair de casa, pegar o ônibus, começar a aula, iniciar o trabalho. Hora marcada para namorar e para transar. Com prazo inicial e prazo terminal. Sempre com pressa.
Hora marcada para o espetáculo, para o médico, para o comício, para a greve, para escrever a coluna e para ler o jornal.
Às vezes não é só hora marcada, é dia, é semana, é mês e ano marcados com antecedência, como nos casos da Justiça do Trabalho, o que por si só já é uma brutal injustiça.
É um olho no relógio e outro no futuro, isto não é vida. É um rali.
Eu ainda peguei o tempo, em Tapes e São Jerônimo, de todos os dias me encontrar com meus amigos, pela manhã, ao meio-dia, à tarde e à noite, nos intervalos do trabalho ou durante o seu curso.
Hoje, só encontramos tempo para o trabalho e para os pagamentos de DOCs nos bancos.
E nunca encontramos tempo para aquele papo furado de fim de tarde no bar da esquina, um chope pra distrair, ouvir um soneto ou um cavaquinho, uma mulher que desfila na calçada, que tempos, já não há mais nem tempo pra trair.
E principalmente não há mais tempo para ver os amigos, o que se constitui na negação da vida e na autodecretação preventiva, antecipada e anunciada da morte. E, quando se encontra um tempinho para um amigo, ele não tem tempo para a gente.
(Crônica publicada em 15 de março de 2000)

sexta-feira, janeiro 18, 2008

Amigos

Texto de Paulo Sant'ana
Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos. Não percebem o amor que lhes devoto e a absoluta necessidade que tenho deles. A amizade é um sentimento mais nobre do que o amor, eis que permite que o objeto dela se divida em outros afetos, enquanto o amor tem intrínseco o ciúme, que não admite a rivalidade. E eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!
Até mesmo aqueles que não percebem o quanto são meus amigos e o quanto minha vida depende de suas existências...A alguns deles não procuro, basta-me saber que eles existem. Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida. Mas, porque não os procuro com assiduidade, não posso lhes dizer o quanto gosto deles. Eles não iriam acreditar.
Muitos deles estão lendo esta crônica e não sabem que estão incluídos na sagrada relação de meus amigos. Mas é delicioso que eu saiba e sinta que os adoro, embora não declare e não os procure. E às vezes, quando os procuro, noto que eles não tem noção de como me são necessários, de como são indispensáveis ao meu equilíbrio vital, porque eles fazem parte do mundo que eu, tremulamente, construí e se tornaram alicerces do meu encanto pela vida.
Se um deles morrer, eu ficarei torto para um lado. Se todos eles morrerem, eu desabo! Por isso é que, sem que eles saibam, eu rezo pela vida deles. E me envergonho, porque essa minha prece é, em síntese, dirigida ao meu bem estar. Ela é, talvez, fruto do meu egoísmo. Por vezes, mergulho em pensamentos sobre alguns deles. Quando viajo e fico diante de lugares maravilhosos, cai-me alguma lágrima por não estarem junto de mim, compartilhando daquele prazer...
Se alguma coisa me consome e me envelhece é que a roda furiosa da vida não me permite ter sempre ao meu lado, morando comigo, andando comigo, falando comigo, vivendo comigo, todos os meus amigos, e, principalmente os que só desconfiam ou talvez nunca vão saber que são meus amigos!

Um imposto a menos - 25/02/1998

Retirado do Portalexame
Por Kei Marcos Tanaami
Ontem - Um empresário conclui que sua empresa só será mais competitiva se o nível de educação de seus empregados for aumentado (alguma novidade?). Ele decide custear o ensino de seu pessoal. Vem um fiscal do INSS e tasca-lhe uma multa. Por quê? Porque os gastos com a educação de funcionários eram considerados remuneração indireta pela lei. E, como tal, deveriam ser somados ao salário de cada um para efeito de cálculo da contribuição social devida ao INSS. Essa foi a situação vivida pelo empresário Silvino Geremia, de São Leopoldo, Rio Grande do Sul. Ele a denunciou num artigo escrito para EXAME, publicado como Opinião da edição de 25 de setembro de 1996 com o título "Sou um fora-da-lei". Para Geremia, a situação era um absurdo num país que exibe enorme deficiência no campo da educação. "Essa tributação é um atentado", dizia. "Vou continuar não recolhendo nem um centavo ao INSS, nem que seja multado mil vezes".
Hoje - Não precisou. Silvino Geremia não é mais um fora-da-lei. De acordo com a Lei nº 9528, de 10 de dezembro passado, os valores despendidos com a instrução dos funcionários não são mais levados em conta para o cálculo da contribuição social. "Essa nova lei representa uma das maiores obras sociais do governo", diz Geremia. "É um marco na história do país." Para ter acesso à isenção, no entanto, a empresa deve estender o benefício a todos os empregados, indistintamente. "Deixamos de desestimular os empresários a investir em algo tão importante como a educação", diz o ministro da Previdência, Reinhold Stephanes. "O artigo de Silvino Geremia foi a gota dágua para que se procedesse à mudança." Valeu, Geremia.

Fui multado por pagar escola para os meus funcionários

Texto reproduzido da Revista EXAME - Por Silvino Geremia
Acabo de descobrir mais um desses absurdos que só servem para atrasar a vida das pessoas que tocam este país: investir em educação é contra a lei. Vocês não acreditam? Minha empresa, a Geremia, tem 25 anos e fabrica equipamentos para extração de petróleo, um ramo que exige tecnologia de ponta e muita pesquisa. Disputamos cada pedacinho do mercado com países fortes, como os Estados Unidos e o Canadá. Só dá para ser competitivo se eu tiver pessoas qualificadas trabalhando comigo. Com essa preocupação criei, em 1988, um programa que custeia a educação em todos os níveis para qualquer funcionário, seja ele um varredor ou um técnico.
Este ano um fiscal do INSS visitou a empresa e entendeu que educação é salário indireto. Exigiu o recolhimento da contribuição social sobre os valores que pagamos aos estabelecimentos de ensino freqüentados por nossos funcionários, acrescidos de juros de mora e multa pelo não recolhimento ao INSS. Tenho que pagar 26 000 reais à Previdência por promover a educação dos meus funcionários? Eu acho que não. Por isso recorri à Justiça. Não é pelo valor, é porque acho essa tributação um atentado. Estou revoltado. Vou continuar não recolhendo um centavo ao INSS, mesmo que eu seja multado 1 000 vezes.
O Estado brasileiro está falido. Mais da metade das crianças que iniciam a 1a série não conclui o ciclo básico. A Constituição diz que educação é direito do cidadão e dever do Estado. E quem é o Estado? Somos todos nós. Se a União não tem recursos e eu tenho, eu acho que devo pagar a escola dos meus funcionários. Tudo bem, não estou cobrando nada do Estado. Mas também não aceito que o Estado me penalize por fazer o que ele não faz. Se a moda pega, empresas que proporcionam cada vez mais benefícios vão recuar. Não temos mais tempo a perder. As leis retrógradas, ultrapassadas e em total descompasso com a realidade devem ser revogadas. A legislação e a mentalidade dos nossos homens públicos devem adequar-se aos novos tempos. Por favor, deixem quem está fazendo alguma coisa trabalhar em paz. Vão cobrar de quem desvia dinheiro, de quem sonega impostos, de quem rouba a Previdência, de quem contrata mão-de-obra fria, sem registro algum.
Sou filho de família pobre, de pequenos agricultores, e não tive muito estudo. Completei o 1o grau aos 22 anos e, com dinheiro ganho no meu primeiro emprego, numa indústria de Bento Gonçalves, na serra gaúcha, paguei uma escola técnica de eletromecânica. Cheguei a fazer vestibular e entrar na faculdade, mas nunca terminei o curso de Engenharia Mecânica por falta de tempo. Eu precisava fazer minha empresa crescer. Até hoje me emociono quando vejo alguém se formar. Quis fazer com meus empregados o que gostaria que tivessem feito comigo. A cada ano cresce o valor que invisto em educação porque muitos funcionários já estão chegando à Universidade. O fiscal do INSS acredita que estou sujeito a ações judiciais. Segundo ele, algum empregado que não receba os valores para educação poderá reclamar uma equiparação salarial com o colega que recebe. Nunca, desde que existe o programa, um funcionário meu entrou na Justiça. Todos sabem que estudar é uma opção daqueles que têm vontade de crescer. E quem tem esse sonho pode realizá-lo porque a empresa oferece essa oportunidade. O empregado pode estudar o que quiser, mesmo que seja Filosofia, que não teria qualquer aproveitamento prático na Geremia. No mínimo, ele trabalhará mais feliz.
Meu sonho de consumo sempre foi uma Mercedes-Benz. Adiei sua realização várias vezes porque, como cidadão consciente do meu dever social, quis usar meu dinheiro para fazer alguma coisa pelos meus 280 empregados. Com os valores que gastei no ano passado na educação deles, eu poderia ter comprado duas Mercedes. Teria mandado dinheiro para fora do país e não estaria me incomodando com leis absurdas. Mas não consigo fazer isso. Sou um teimoso. No momento em que o modelo de Estado que faz tudo está sendo questionado, cabe uma outra pergunta. Quem vai fazer no seu lugar? Até agora, tem sido a iniciativa privada. Não conheço, felizmente, muitas empresas que tenham recebido o tratamento que a Geremia recebeu da Previdência por fazer o que é dever do Estado. As que foram punidas preferiram se calar e, simplesmente, abandonar seus programas educacionais. Com esse alerta temo desestimular os que ainda não pagam os estudos de seus funcionários. Não é o meu objetivo. Eu, pelo menos, continuarei ousando ser empresário, a despeito de eventuais crises, e não vou parar de investir no meu patrimônio mais precioso: as pessoas. Eu sou mesmo teimoso.

*Silvino Geremia é empresário em São Leopoldo, no Rio Grande do Sul
É de empresários assim que o Brasil precisa. Não de donos de indústria!

sábado, setembro 23, 2006



Este é o meu primeiro Blog.

Coloquei uma foto aí ao lado pra ver como é que fica. A imagem é de Lisboa, no Mosteiro dos Jerónimos. Belíssima construção. Se ficar bom isso aqui, vou postar mais coisa. Ah! Aquilo que aparece no centro da foto sou eu. :-)